terça-feira, 11 de outubro de 2011

Contextualizar é a palavra-chave na prova de geografia

Por: Glória Tupinambás - Estado de Minas
Hoje, o tema é geografia e os grandes acontecimentos que mudaram os rumos da conjuntura política mundial. Para fazer essa viagem e abrir de vez as portas das universidades, é preciso ter os olhos voltados para o globo terrestre: “Os candidatos à aprovação no vestibular têm de ficar atentos ao que se passa no mundo. 

É necessário conhecer os conflitos entre países e as atualidades sempre noticiadas pela mídia. Mas o grande desafio não é apenas saber sobre os fatos, e sim ter a capacidade de relacioná-los. Temos um programa de estudo imenso que será cobrado em pouquíssimas questões, então há uma tendência de não analisar os episódios de maneira isolada. O melhor caminho é contextualizar”, garante o professor Silvânio Fortini, com quase 20 anos de experiência em salas de aula do 3º ano do nível médio. 

No vestibular mais concorrido de Minas, o da UFMG, os conhecimentos de geografia serão cobrados, de todos os candidatos, em oito questões de múltipla escolha na primeira etapa das provas. Já na segunda fase, o tema será exigido dos alunos que disputam vaga em 16 dos 65 cursos oferecidos pela instituição. “A comissão que elabora os testes fica atenta a todos os fatos e essas atualidades devem ser um alerta para os estudantes. A prova procura ser contextualizada, então tudo o que ocorre no ano é importante e todas as notícias podem ser cobradas”, afirma a coordenadora-geral da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), Vera Lúcia Silva Resende. 

Entre os fatos históricos, o destaque são os 60 anos da criação do Estado de Israel. “A questão palestina, sempre atual, é quase certa no vestibular, até porque ela foi pouco explorada nas edições mais recentes da UFMG”, alerta Fortini. E, quando o assunto são os episódios mais recentes, os mais fortes candidatos à prova são a invasão da Geórgia pelas tropas russas, os conflitos entre China e Tibete, a descoberta das reservas de petróleo na camada pré-sal, o avanço de áreas agrícolas destinadas aos biocombustíveis, o crescimento da economia chinesa, as eleições e as tensões políticas na América Latina envolvendo os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia. “Acho pouco provável que a atual crise financeira dos EUA seja cobrada, por exemplo. A prova já está pronta e os alunos devem ficar mais antenados com o que foi notícia no primeiro semestre deste ano”, acrescenta o professor. 
Dedicação
Se é impossível adivinhar o tema das questões da prova, alunos e educadores são unânimes em afirmar que, para a aprovação no vestibular, é preciso mais que intensa dedicação a livros, cadernos e apostilas. “É fundamental ter uma ampla visão de mundo. Por isso, passamos várias horas na biblioteca lendo jornais e revistas, fazemos pesquisa pela internet e procuramos resumos que apresentem um contexto histórico dos fatos. A prova tem muitas pegadinhas e acho que é necessário entender o episódio como um todo”, conta o candidato a uma vaga de direito na UFMG Leonardo Avendanha, de 18 anos, que sempre estuda com o colega Filipe Castano, de 17. 

As amigas Alice Colares, de 17, e Déborah de Morais, de 18, que concorrerão em letras e comunicação social, respectivamente, também criaram uma dinâmica de estudo para ir além do conhecimento obtido em sala de aula. Desde o início do ano, elas aproveitam os momentos de descanso e lazer para ir ao cinema e assistir a documentários na televisão sobre os possíveis temas do vestibular. “Quando começamos a estudar, percebemos que a matéria é mais difícil que imaginávamos. Temos que entender a história dos fatos e as implicações dele no presente e no futuro. Estudar com o globo ou o mapa-múndi por perto também ajuda a fixar a localização dos países e regiões e facilita o entendimento”, diz Déborah.

Evite erros mais comuns em Geografia no vestibular

Nas provas divididas tradicionalmente em disciplinas ou naquelas que apresentam conteúdos interdisciplinares, a Geografia trata de uma infinidade de assuntos, do tipo de relevo da sua região aos planetas do Sistema Solar, passando por aspectos políticos e econômicos nacionais e internacionais. 

"Os temas que possivelmente estarão presentes podem estar distribuídos e embutidos em outras ciências, como conhecimentos gerais. Vale ressaltar que a Geografia fala da realidade e como podemos encarar os fatos ocorridos em determinado momento", diz o professor Claudio Terezo, autor do autor do livro Novo Dicionário de Geografia.
Ao aprender e memorizar tantos conteúdos, os candidatos devem prestar atenção aos mínimos detalhes, sob pena de cometerem deslizes durante as provas que podem comprometer sua aprovação.

"As 'pegadinhas', quando ocorrem, não são uma forma direta para prejudicar o estudante, mas para valorizar o aluno que relaciona, compreende os fatos e, principalmente, se mantém concentrado", avalia Terezo.

Confira alguns erros frequentes apontadas pelo professor e que podem ser evitados no vestibular:
- Idade da Terra: de acordo com Terezo, uma das confusões mais comuns entre os vestibulandos é sobre a idade da Terra. Estima-se que planeta tenha surgido há 4,5 bilhões de anos, enquanto o Universo teria entre 9 e 15 bilhões, ensina o professor. Esse assunto costuma aparecer em meio a teorias sobre a origem do planeta e sua formação.
- Tempo x clima: é comum também trocar as definições de tempo e clima. "Tempo é o estado momentâneo do ar, num determinado lugar da Terra. Caracteriza o tempo atmosférico desse lugar", diz Terezo. Enquanto clima pode ser: "1. Conjunto de estados do tempo meteorológico que caracteriza uma determinada região durante um grande período de tempo, incluindo o comportamento habitual e as flutuações, resultante das complexas relações entre a atmosfera, geosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera. 2. Conjunto de fenômenos meteorológicos (chuvas, temperatura, pressão atmosférica, umidade e ventos) que caracterizam o estado médio da atmosfera num determinado ponto da superfície terrestre. 3. Sucessão habitual dos tipos de tempo, cujos elementos são a temperatura, a pressão e a umidade atmosférica (diferenciando os climas planetariamente)", detalha o professor. Ele ressalta ainda que os fatores do clima altitude, latitude, proximidade do mar, correntes marítimas (diferenças regionais dos climas).

- Fenômenos naturais: quando se trata de fenômenos da natureza, há quem confunda os problemas com a interferência humana no planeta (ação antrópica), como os envolvendo mudanças climáticas e o tão falado aquecimento global, e os fenômenos que independem da ação humana, como terremotos e vulcões.

- Fusos horários: não precisa viajar para ser afetado pelos fusos horários. As mudanças nos relógio de acordo com a posição no planeta fazem parte das questões mais problemáticas para muitos vestibulandos. Segundo Terezo, os problemas aumentam principalmente quando a questão traz informações em mapas. "Fique atento a todas as informações, como cores, legenda e escala do mapa", sugere o professor

Guia de Estudos para passar no vestibular - Geografia


O espaço mundial.

Desigualdades sócio espaciais das atividades econômicas, população, trabalho e tempo livre, centros de poder e conflitos atuais. 

A distribuição territorial das atividades econômicas. 

1 - A natureza como recurso para o desenvolvimento das atividades econômicas: extrativismo, coleta e produção agropecuária. A utilização dos recursos naturais e os impactos ambientais. 
2 - Os processos de industrialização, urbanização e metropolização e o desenvolvimento desigual dos países. 
3 - Os grandes centros econômicos e sua organização territorial: Estados Unidos, Japão e 
Europa Ocidental. 
4- Diversidade geográfica e socioeconômica da América Latina, África, Ásia e Oceania. 
5 - A integração dos países pelas redes materiais e imateriais. As redes de transporte e a circulação 
de mercadorias e as redes imateriais: fluxos de informação, de comunicação e de capital financeiro. 

A população mundial: estrutura, dinâmica e mobilidade geográfica. 

1 – Estrutura e dinâmica populacional, desemprego e exclusão social. 
2 - Mobilidade populacional: migração de trabalhadores, fluxo de turistas e de refugiados políticos. 

Tempo livre: diferenças geográficas e sociais. 

1- O lazer e o entretenimento na sociedade atual: direito ao lazer e sua mercantilização. 
2 - O turismo como atividade econômica e suas diversas formas. 
3 - Os impactos sócio-ambientais da atividade turística. 
4 - O esporte. A indústria cultural. 

Do mundo bipolar ao mundo multipolar. 

1 - Surgimento e crise do mundo bipolar: as potências coloniais, a Primeira e a Segunda Guerras
Mundiais, as superpotências, o movimento dos países não alinhados, a corrida armamentista e a
Guerra Fria. 
2 - Implicações geopolíticas da desestruturação da União Soviética: crise e desagregação da URSS
e a reestruturação política do leste europeu. 
3 - O mundo multipolar: a hegemonia mundial dos Estados Unidos e os novos pólos do poder
mundial: Alemanha, França, Reino Unido, Japão, China e Rússia. As potências regionais: África do
Sul, Brasil e Índia. 
4 - A organização do poder econômico e político mundial: os principais organismos internacionais,
os blocos econômicos regionais, os grandes grupos econômicos internacionais e as organizações não
governamentais. 
5 - A emergência de conflitos regionais e a questão das identidades sócio-culturais: étnicas, tribais e religiosas.

O espaço geográfico brasileiro.

A formação do território, a distribuição territorial das atividades econômicas, população e participação do Brasil na ordem mundial. 
1 - A formação do território brasileiro e a gênese das desigualdades sócio-espaciais contemporâneas. A produção de espaços vinculados ao comércio colonial exportador. 
2 - Os espaços geográficos complementares à economia colonial exportadora. 
3 - As fronteiras territoriais. 

A distribuição territorial das atividades econômicas. 
1 - A natureza como recurso para o desenvolvimento das atividades econômicas. 
2 - A exploração vegetal e a pesca. 
3 - Os recursos minerais, as fontes de energia e os impactos ambientais. 
4 - O modelo energético brasileiro. 

A diversidade regional da agricultura e da pecuária brasileira. 

1 - Da subsistência à modernização
agropastoril. A questão da propriedade territorial, das relações de produção e de trabalho. 
2 - O complexo agro-industrial. A política agrícola e os mecanismos de financiamento das atividades no campo. 
3 - A reforma agrária e os movimentos sociais no campo. 
4 - A agricultura e os impactos ambientais.  

O processo de industrialização brasileiro. 
1 - Gênese da indústria: a cafeicultura e a concentração de riqueza em São Paulo. 
2 - O processo de industrialização, a concentração da atividade industrial no Brasil e a recente desconcentração espacial da indústria. 
3 - A industrialização restringida, a substituição de importações e o desenvolvimento de pólos industriais e tecnológicos. 
4 - O processo de industrialização e o desenvolvimento desigual das regiões brasileiras.

O processo de urbanização e a constituição da rede urbana brasileira. 
1 - O desenvolvimento metropolitano e as atividades de serviços. 
2 - A produção científica e tecnológica no Brasil: as instituições de pesquisa. 
3 - A urbanização e os impactos ambientais. 
4 - Os movimentos sociais urbanos. 
5 - As regiões brasileiras e o Estado de São Paulo. 

A população brasileira: estrutura, dinâmica e mobilidade geográfica. 
1 - A formação da população brasileira. A questão indígena e as seqüelas da escravidão africana. A imigração européia e asiática. 
2 - Estrutura e dinâmica da população brasileira, emprego, distribuição da renda e exclusão social.

Os indicadores de qualidade de vida.

1 - A distribuição espacial da população,  migrações internas e externas. Migração de  trabalhadores, fluxo de turistas e de refugiados políticos. 

O Brasil na nova ordem mundial.

1 - Participação do Brasil nos organismos internacionais, sua relação com os centros hegemônicos mundiais, e com blocos econômicos regionais. 
2 - O Brasil e os Estados Unidos. 
3 - O Brasil e a América Latina. A relação com os países amazônicos. A formação e o desenvolvimento do Mercosul. 
4 - O Brasil e seus demais parceiros internacionais. 

O planeta Terra:

1 - Os climas e os ecossistemas terrestres, o relevo e a água na superfície terrestre. 
2 - O planeta Terra. 
3 - Origem do Universo e do planeta Terra: hipóteses explicativas. 

Movimentos principais da Terra  e suas conseqüências. 
1 - Estrutura interna da Terra. 
2 - Os sismos e o conhecimento das camadas internas. A crosta terrestre e sua composição. Origem e evolução dos continentes e a deriva continental. 
3 - A tectônica de placas: distribuição das placas na superfície terrestre e seus movimentos. Bordas de placas, atividade vulcânica e formação de montanhas. 

Natureza e origem das rochas. 
1 - Minerais constituintes e tipos de rochas. O ciclo das rochas. 
2 - As rochas, os fósseis e a escala do tempo geológico. A idade da Terra. 
3 - Recursos minerais e sua distribuição. 

Origem e evolução dos depósitos de combustíveis fósseis. 

1 - Recursos minerais no Brasil. 
2 – Os climas e os ecossistemas terrestres. 
3 - O clima. 
4 - A atmosfera: composição química. 
5 - Temperaturas e circulação atmosférica. 

As mudanças de temperatura e  os fatores geográficos. As precipitações. 
2.1.3 - Tempo e clima. Zonalidade climática. 
2.1.4 - O efeito estufa natural. As mudanças climáticas. 
2.2 - A biosfera. Conservação, uso, manejo e estado atual dos ecossistemas. 
2.2.1 - Distribuição geográfica dos climas e a distribuição da vegetação. 
2.2.2 - Ecossistemas das zonas polares, temperadas frias, temperadas, áridas e de altitude. 
2.2.3 - Os ecossistemas intertropicais e sua diversidade. 

O relevo  terrestre.

1 - Fatores endógenos. 
2 - Escudos e bacias sedimentares antigos e modernos e cadeias dobradas. Tipos de relevo associados. 
3 - A formação das montanhas: falhas e dobras. Tipos de relevo associados. 
4 - Vulcões e relevo vulcânico. 
5 - Escala de unidades geomorfológicas: magnitude, tamanho e permanência. 
6 - Origem e evolução da plataforma brasileira. Os tipos de relevo. 
7 - Fatores exógenos. 
8 - Os ambientes terrestres e o modelado do relevo. Intemperismo e pedogênese. 
9 - Morfogênese: formas e depósitos associados nos ambientes polares, temperados frios, temperados, intertropicais, áridos e de altitude.
10 - O modelado antrópico. 
11- O modelado do relevo brasileiro. 

A água na superfície terrestre. 
1 - Oceanos e mares. 
2 - A água em movimento: correntes marinhas, ondas e marés. 
3 - O relevo e os ambientes submarinos. 
4 - A temperatura e a salinidade como fatores de distribuição das espécies. 
5 - A plataforma e as bacias oceânicas brasileiras: biodiversidade, recursos minerais e impactos ambientais. 
6 - Formas resultantes da dinâmica marinha, dos fatores tectônicos e dos seres vivos na interface continente-oceano. 
7 - O litoral brasileiro: os tipos de costa e sua evolução. Os ecossistemas costeiros: conservação, uso, manejo e estado atual. 

Os ambientes de água doce. 
1 - A bacia hidrográfica como unidade de 
análise. A rede hidrográfica. 
2 - Os sistemas fluviais: formas e depósitos. Os rios meandrantes e os deltas. 
3 - A vida no ambiente fluvial. 
4 - As bacias fluviais brasileiras: conservação, uso, manejo e estado atual. 
5 - A água nos ambientes áridos e semi- áridos: rios anastomosados e leques aluviais. 
6 - Lagos e águas subterrâneas. Tipos de lagos. A vida nos ambientes lacustres. 
7 - Geleiras: formas e depósitos associados. A vida no ambiente glacial. 

A questão ambiental

Os ciclos globais, a agenda ambiental internacional e as políticas ambientais no Brasil. 
1 - Os ciclos globais e o ambiente terrestre nas questões internacionais. 
2 - Escala temporal das flutuações climáticas. 
3 - O sistema climático tropical e o fenômeno 

ENSO (El Niño/Oscilação Sul). 

1 - Episódios ENSO e o clima global: secas na África, desertificação, variabilidade das monções, atividade ciclônica no Atlântico e oscilações de temperatura na zona extratropical. 
2 - Os resultados físicos das mudanças químicas: a intervenção antrópica. A Convenção sobre Mudanças Climáticas Globais. 
3 - A intensificação do efeito estufa e o aquecimento global. O buraco na camada de ozônio. O Protocolo de Montreal. 
4 - O uso intensivo do solo e a desertificação. A Convenção sobre Desertificação. 
5 - Os países de megadiversidade biológica. A Convenção sobre Diversidade Biológica. 

A agenda internacional ambiental e o movimento ambientalista. 
1 - A questão ambiental na ONU e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 
2 - As Conferências internacionais sobre o ambiente. 
3 - A participação do Brasil nas reuniões internacionais sobre o ambiente. 
4 - A participação das organizações não governamentais ambientalistas em organismos internacionais. 
5 - As diferentes visões do ambientalismo. 

Políticas públicas ambientais  e o ambientalismo no Brasil. 
1 - A institucionalização da temática ambiental no Brasil. 
2 - A legislação ambiental brasileira. 
3 - Os Conselhos sobre o meio ambiente e a participação da sociedade civil. 
4 - Políticas de gestão dos recursos hídricos. 
5 - Os Comitês de Bacia. 
6 - O uso dos aqüíferos. 
7 - Políticas de conservação da diversidade biológica brasileira. 
8 - As unidades de conservação no Brasil. 
9 - O acesso aos recursos genéticos do Brasil e o conhecimento desses recursos pelas comunidades locais.
10- O ambientalismo no Brasil. 

A Cartografia, disciplina auxiliar da Geografia.

1 - O sistema de coordenadas terrestres. As coordenadas geográficas. Hemisférios e zonas terrestres. 
2 - A representação da superfície terrestre: projeções cartográficas, escalas de representação e tipos de mapeamento. 
Mapeamento da Terra por satélite. Aplicações geográficas das imagens de satélite. 
3 - A linguagem cartográfica como meio de compreensão e expressão de fenômenos da realidade. 
4 - As diferentes formas de representação gráfica no tratamento da informação de fenômenos da realidade. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

BRICs ou RICs?



A sigla BRICs trata-se de um rótulo para definir quatro os países (Brasil, Rússia, Índia e China) com uma boa projeção de futuro. Em comum entre eles, existe apenas a grandeza física, já que, de acordo com as expectativas do Banco Milênio, com o avançar de suas economias, eles devem competir entre si. Há pessoas que não acreditam na capacidade do Brasil em figurar nesta sigla e falam até de um BRIC sem “B”, duvidando da força econômica brasileira. Mas a verdade é que os RICs possuem problemas, vulnerabilidades e potencialidades tão grandes quanto os nossos.
Com uma cultura milenar, a China conseguiu equilibrar um sistema econômico ocidental a um sistema político oriental, fazendo com que, aos poucos, o mundo se adaptasse a eles. O grande desafio dos políticos chineses é a integração de milhões de pessoas aos benefícios do crescimento econômico. Não basta ter um grande potencial, se ele não for capaz de atender os anseios da população. Outro aspecto problemático do país é a sua necessidade de recursos provenientes de terceiros. Em resumo, a China não é tão sustentável ou dona do seu futuro quanto parece, não sendo prudente, portanto,  acreditar em uma ascensão em longo prazo.
Índia, assim como o Brasil, tem como ponto positivo: a facilidade de alinhar-se aos interesses dos países desenvolvidos. O dilema indiano em relação ao seu crescimento econômico trata-se da maneira de gerar riqueza: seria ela suficiente para criar uma inclusão social? Por quanto tempo a força-motriz do seu crescimento será apenas a tecnologia de informação e serviços de call center? Como assegurar sua expansão financeira com estas evidentes limitações?
O R do BRIC fala de uma Rússia, politicamente provocadora e capitalista, na medida do possível. Com uma economia pouco diversificada (dependente de exportações de commodities energético) e com o peso do Estado ainda presente, falta um dinamismo característico da livre iniciativa em áreas estratégicas, como em pesquisa e desenvolvimento.  O problema russo parece ser o de conseguir olhar para frente, quando a classe política e as elites ainda parecem olhar para trás. Apesar de todo o seu crescimento, a Rússia precisa buscar um lugar mais seguro na economia mundial.

Mesmo o Brasil não figurando muito bem em diversos rankings internacionais e ser claro o fato de que temos grandes reformas por fazer, não estamos em uma posição tão desfavorável aos demais BRICs. Ao contrário da China e Rússia, somos uma grande e vigorosa democracia que assegura a liberdade dos seus cidadãos. Também não temos conflitos étnicos, religiosos ou relações arriscadas com nossos vizinhos, como ocorre na Índia. Não podemos negar que o nosso país tenha problemas que precisam ser resolvidos urgentemente, porém são solucionáveis no contexto democrático que sustentamos.
O futuro do “B”de BRICs é tão incerto quanto o de seus parceiros de sigla e depende, como para eles, das opções de política pública que fizermos ao longo do tempo. No entanto, o Brasil reúne condições até mais favoráveis do que as do RICs. É necessário valorizar isso como premissa do trabalho que a nação deve realizar, com pragmatismo e objetividade.
Fonte: Revista da ESPM

domingo, 19 de junho de 2011

Viagem do Conhecimento - National Geographic Brasil

O que é?
Desafio National Geographic é a maior olimpíada de Geografia do Brasil. Em sua quarta edição, o evento integra o projeto Viagem do Conhecimento, idealizado pela revista National Geographic Brasil e realizado pela Editora Abril.

Objetivos

- Estimular jovens estudantes de Ensino Fundamental e Ensino Médio, com seus núcleos familiares e escolares, a conhecer melhor o espaço, o país e o mundo onde vivem;
- Disseminar a cultura de viagem como experiência para ampliar o conhecimento do Brasil e do mundo;
- Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da disciplina de Geografia e áreas afins;
- Propiciar o enriquecimento do trabalho de professores em escolas públicas e particulares, contribuindo para sua valorização profissional;
- Incentivar estudantes e educadores a avaliarem as relações sociedade-natureza sob uma perspectiva crítica, ética, solidária e sustentável.
Como participar
- O Desafio National Geographic 2011 é aberto a alunos regularmente matriculados no oitavo e nono anos (antigas sétima e oitava séries) do Ensino Fundamental e na primeira série do Ensino Médio.
- Alunos não podem se inscrever individualmente. As inscrições das escolas devem ser feitas pelo professor de Geografia, coordenador pedagógico, vice-diretor ou diretor. Basta deixar seu nome e turma na sessão dos comentários que eu efetuo a inscrição. Deixe seu nome, série e escola. (Apenas para os estudantes do Colégio Apoio, BJ Colégio e Curso e Escola Mater Christi) Localizadas na cidade de Recife, se você não estuda nessas escolas, contate seu professor de Geografia e peça para que ele faça a inscrição da escola e a sua.
- O Desafio é realizado em três etapas: Local, Regional e Final, conforme previsto no calendário.
O que estudar
Os principais assuntos que serão contemplados nas provas do Desafio 2011 podem ser pesquisados na Matriz de Referência, como relações sociedade-natureza, usos dos recursos naturais, sustentabilidade, cidades, patrimônios culturais da humanidade, inovações nos sistemas de energia, transportes, comunicações e informações, a mobilidade espacial e a constituição de uma escala global de relações humanas, além de habilidades de leitura, produção e interpretação de mapas e textos em diferentes gêneros.
Calendário
6/6 Início das inscrições       
29/7 Término das inscrições       
3/8 Download da 1ª prova disponível na área restrita (apenas para professores)
10/8 1ª prova – Fase Local
12/8 Divulgação do gabarito da Fase Local    
12/8 Divulgação das escolas-sede da Fase Regional  
19/8 Prazo final para cadastramento dos alunos para a Fase Regional
2/9 Início do envio da prova da Fase Regional para as escolas-sede
24/9 Realização da prova Fase Regional 
30/9 Prazo final para envio dos gabaritos da Fase Regional
15/10 Prazo final para correção dos gabaritos da Fase Regional
20/10 Divulgação dos finalistas para Fase Final
17 a 20/11 Fase Final e evento de premiação


Prêmios
Os alunos selecionados nas fases Local e Regional são premiados com uma viagem à cidade indicada pelo Comitê Gestor para sediar a Fase Final, acompanhados de seus pais e professores responsáveis, onde será disputada a Fase Final. Haverá uma intensa programação cultural pelos principais pontos turísticos da cidade, além de um Trabalho de Campo acompanhado pela Equipe Pedagógica do Viagem do Conhecimento.

Regulamento
É importante que todos leiam atentamente o regulamento do Desafio. 


sábado, 4 de junho de 2011

A cidade "Moribunda"!

A história é a seguinte: um artigo da revista “Newsweek”, uma das mais famosas do mundo, classificou a cidade americana de Grand Rapids, no Michigan, de “moribunda”.

Revoltados, moradores e autoridades da cidade se mobilizaram e, em vez de apelar aos tribunais, recorreram à… música. Isso mesmo! Música.
No último dia 22, a cidade parou (literalmente) para gravar um clipe da música “American Pie”, de Don McLean. Entre bandas, desfiles, carreatas, efeitos especiais, helicópteros e até um casamento, 5 mil pessoas foram envolvidas.
O resultado foi uma resposta à altura e um filme que críticos americanos já estão considerando como “o maior clipe de todos os tempos”
Segue parte da descrição do vídeo. (desconciderem alguns erros literais de tradução).
"The Grand Rapids LipDub vídeo foi filmado 22 de maio, com 5.000 pessoas, e envolveu uma paralisação geral da cidade de Grand Rapids, que estava cheia de bandas, desfiles, casamentos, carreatas, pontes em chamas, e decolagens de helicópteros. É o maior e mais longo vídeo LipDub, até à data.
Este vídeo foi criado como uma resposta oficial para o artigo da Newsweek chamado Grand Rapids uma "cidade moribunda". Nós discordamos fortemente, e queriamos criar um vídeo que envolvesse a paixão e energia crescente que todos nós sentimos crescer exponencialmente, nesta grande cidade. 
Sentimos  que a música de Don McLean "American Pie", uma canção sobre a morte, poderia ter um final, triunfante e cheio até a margem com a vida e esperança. "- Rob Bliss, Diretor e Produtor Executivo
* Nota: O "novo recorde mundial" designação que se refere ao tamanho e alcance, e não a duração. 
Storyboards e arte conceitual por Greg Oberle.
Esta produção de 40.000 dólares foi integralmente financiado pela generosidade de patrocinadores locais
O vídeo tem o formato de LipDub que foi um "estilo" criado por estudantes alemães, o LipDub é um vídeo que combina uma trilha sonora contagiante e um grupo de pessoas dublando essa música. E o que deixa esse vídeo mais interessante é a forma como ele é feito, sem cortes. A gravação só termina quando a música acaba.

A idéia é simples. Basta reunir um grupo de pessoas, escolher uma trilha e gravar o clipe. Mas para ter um resultado bacana, esse clipe deve ter espontaneidade, autenticidade, participação e, principalmente, diversão.

Curtam...





terça-feira, 31 de maio de 2011

Devolva o meu sotaqaue...

Sou do Recife, a maior cidade pequena do mundo. Por aqui, mania de grandeza é bóia: temos o maior Shopping da América Latina (improvável), a maior avenida em linha reta do Brasil (duvide-o-dó), o maior bloco de carnaval ao ar livre do planeta (vá lá, esse pode até ser), somos recordistas em ataques de tubarão, temos o canal mais fedorento do mundo (isso eu tenho quase certeza que é verdade) e que, além de fedorento tem as únicas comportas em forma de caranguejo do universo.

É assim, a gente se orgulha de tudo, uma resenha.
Ok, exagero, eu sei! Deixemos esse bairrismo exacerbado de lado, mas precisei exemplificá-lo para que você, leitor de qualquer outra parte do mundo, entenda como a gente fica arretado ao ver o galã da telenovela das seis dizer um VISSE no lugar errado, com a entonação errada, na frase errada!
Nada contra essa “nordestinização” globalizada. Mas, já que vai fazer, movéi, que faça direito. Ainda não vi na história novelística brasileira, um ator/atriz (Suzanna Vieira inclusive e principalmente) que tenha entoado um sotaque de forma convincente.
A historinha televisiva é bonita, tem uma direção de arte linda, figurino interessante, mas porque, eu pergunto, insistir nesse danado desse sotaque que atores cariocas/paulistas não dominam? Vôte!
Não podia ser simplesmente como a outra telenovela que se passava na Índia, mas que todo mundo falava português? Licença poética! É de mentirinha, a gente já sabe disso, então pode tudo. Só não pode grear com sotaque dos outros. Sem fuleragem, né?
A gente já tem que engolir ser chamado de “paraíba” a vida toda (nada contra, muito pelo contrário, amo meus vizinhos paraibanos) mas, cada um no seu quadrado!
Sabe aquela aula de geografia que você faltou? Pois foi justamente nela que ensinava que Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará são lugares DIFERENTES. Parecidos, mas diferentes.
Já pensou eu chegar no Rio chamando carioca de paulista? Tu não ia estilar?
- Oxe, mas é bem pertinho e (pra gente) o sotaque é quase igual. Pode não?
Pode não! Paraibano é paraibano e pernambucano é massa. Eita, deixei escapar odanado do bairrismo que tava escondido debaixo do tapete, foi mal aí, movéi.
Desculpem o arrudeio, mas é porque OXE e EITA são assuntos importantes pelas bandas de cá, VISSE?


Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. A partir de hoje escreverá aqui (Lá no Blog do Noblat) sempre às segundas-feiras sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela também tem um blog -Batida Salve Todos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

“DO’H!” Oi?!?!


Siga atentamente as instruções a seguir:
2 - Digite o código 129806.
3 - Aperte o cinto e boa viagem até… Springfield?!?
Depois fazem episódio sacaneando o Brasil e adivinha quem reclama. Pois é.
Dica do Comandante Leonardo. (do site www.kibeloco.com.br)

sábado, 9 de abril de 2011

Top 500 de supercomputação: Tupã entre os mais poderosos do mundo para tempo e clima


De acordo com o Top 500, que lista os mais rápidos sistemas computacionais do mundo, o Tupã, novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ocupa o 29º lugar, a mais alta colocação já alcançada por uma máquina instalada no Brasil. O resultado também o classifica como o mais poderoso do hemisfério Sul. O Top 500 é produzido a cada seis meses e atual lista foi divulgada neste mês de novembro.  Confira em http://www.top500.org/list/2010/11/100
Com velocidade máxima de 258 TFlop/s, equivalente a 258 trilhões de cálculos por segundo, Tupã é hoje o terceiro mais poderoso entre os supercomputadores dedicados à previsão numérica operacional de tempo e de clima sazonal. Considerando as aplicações para mudanças climáticas, fica em oitavo lugar. Esta classificação coloca o Brasil entre os países capazes de gerar cenários futuros de clima que irão apoiar o quinto relatório do IPCC, o painel da ONU que avalia as conseqüências do aquecimento global.
O Tupã, um XT6 da Cray, foi adquirido com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Instalado no INPE de Cachoeira Paulista (SP), atenderá aos centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) do MCT, do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.
Avanço
Com o Tupã, que deve entrou em plena operação no início de 2011, o INPE pode gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.

A nova máquina também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do Sistema Terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, etc), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação, urbanização, etc.). Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.