segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Crescimento Vegetativo

Crescimento vegetativo ou natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de um determinado local ou país geralmente expressa em porcentagem. Segundo a teoria da transição demográfica que defende que a transição da sociedade pré-industrial para a pós industrial percorre três ou quatro fases distintas (de acordo com a classificação), o crescimento da população oscilaria de acordo com estas fases, variando com ele a taxa de crescimento vegetativo.Na primeira fase ou fase “pré-industrial”, haveria um índice de crescimento vegetativo baixo devido aos altos índices de mortalidade e natalidade que iriam se equilibrar principalmente pelas baixas condições higiênico-sanitárias, por causa das guerras, epidemias, e etc.Na segunda fase ou fase transicional, podemos identificar dois períodos distintos que até podem ser considerados como fases distintas. No primeiro período nota-se um crescimento populacional elevado devido a queda na taxa de mortalidade ocasionada pela melhora nas condições sanitárias e de segurança (fim das guerras, avanços tecnológicos). No segundo período (ou terceira fase, de acordo com a classificação), notar-se-ia a diminuição da taxa de natalidade ocasionada por medidas de controle como planejamento familiar e métodos anticoncepcionais, fazendo com que o crescimento vegetativo volta aos níveis mais baixos.Numa terceira fase (ou quarta), a fase evoluída, tanto a taxa de natalidade quanto a de mortalidade voltam a se estabilizar, ocasionando uma taxa de crescimento vegetativo bastante pequena.Há quem considere a hipótese de uma quinta fase de crescimento demográfico onde o crescimento vegetativo seria negativo devido aos altos custos de vida que inviabilizariam famílias muito grandes, ou as tornaria indesejáveis para as pessoas que quisessem manter seus altos padrões de vida. Esse efeito já pode ser notado em países com Alemanha, Inglaterra e outros países de industrialização desenvolvida. A principal desvantagem, segundo os especialistas é que com a taxa de natalidade baixa e a expectativa de vida cada vez maior, haverá um colapso nos sistemas previdenciários de muitos países que não foram elaborados para este tipo de situação.

IDH-M DENTRO DO RECIFE VAI DA ÁFRICA À NORUEGA

Orla tem índice mais alto; ilha fluvial tem menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.

O cartão-postal do Recife é também seu lugar de mais alto desenvolvimento humano. A orla da praia de Boa Viagem até o Pina atingiu o maior IDH-M no Atlas do Desenvolvimento Humano no Recife, elaborado pela Prefeitura de Recife em parceria com o PNUD. Por outro lado, o Atlas revela que a favela nacionalmente mais famosa do Recife, a de Brasília Teimosa, não é o lugar cuja população vive em piores condições.

O menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (versão do IDH adaptada aos indicadores regionais) é o da área conjunta formada pela Ilha Joana Bezerra, São José e Zeis Coque.
Há diferenças metodológicas entre o cálculo do IDH para os países e o do IDH-M dos bairros do Recife.

Mas vale a pena comparar os resultados para enfatizar as disparidades internas da capital pernambucana. Assim, percebe-se que a distância de poucos quilômetros que separa Boa Viagem da Ilha Joana Bezerra é, do ponto de vista do desenvolvimento humano, tão grande quanto a que distingue a Noruega, campeã mundial do IDH, de países da África subsaariana como o Gabão.

O Atlas apresenta várias divisões espaciais da capital pernambucana. Partindo dos seus 94 bairros, as áreas são agregadas até chegar a seis regiões político-administrativas, a 18 microrregiões e 61 Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), onde moram populações de baixa renda. Trabalha ainda com uma nova subdivisão: as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) ? unidades básicas adotadas no Atlas para caracterizar as áreas da cidade e melhor identificar as desigualdades sociais intra-urbanas. As 62 UDHs agregam bairros e/ou os subdividem de acordo com características socioeconômicas semelhantes de seus moradores.

As UDHs foram usadas para cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), bem como as áreas agregadas mais amplas. No topo do ranking aparecem as áreas mais ricas da capital pernambucana: a orla de Boa Viagem/Pina (índice 0,964), o agregado dos bairros residenciais de Graças/Aflitos/Derby/Espinheiro (0,953), a área contígua ao Shopping Recife em Boa Viagem (0,935), por exemplo. Das 62 UDHs do Recife, nada menos do que 20 estão na faixa considerada de IDH alto, ou seja, acima ou igual a 0,8.
Do ponto de vista geográfico, como se vê no mapa abaixo, os bolsões de alto desenvolvimento humano se concentram em duas regiões do Recife: Boa Viagem e um conjunto de bairros entorno das Graças e Aflitos localizados à margem ou próximos do rio Capibaribe. É nessas áreas que se encontram a maior renda familiar per capita (R$ 1.863,64 em Boa Viagem/Pina), a maior esperança de vida ao nascer (78,7 anos na mesma área), a maior taxa de alfabetização (98,2% na área de Boa Viagem próxima ao shopping) e a maior taxa bruta de freqüência à escola (115% em Graças/Aflitos) da cidade.
No Recife, a disposição das áreas de alto e baixo desenvolvimento humano é uma mescla dos padrões carioca e paulistano. Ou seja, regiões de IDH-M elevado convivem lado a lado com as áreas de menor desenvolvimento, assim como as favelas dos morros do Rio de Janeiro estão incrustadas nos ricos bairros da Zona Sul. São os casos da Ilha Joana Bezerra, das favelas de Brasília Teimosa, João de Barros e Santo Amaro, por exemplo.

FIG. 1 – RECIFE - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, por Unidades de Desenvolvimento
Humano - 2000




Ao mesmo tempo, há situações semelhantes às da periferia de São Paulo, onde a concentração de pobreza e a exclusão social aumentam à medida que os bairros se distanciam do centro. O mapa a seguir demonstra que as maiores taxas de crescimento populacional ocorrem justamente na periferia do Recife, enquanto as populações das áreas mais desenvolvidas estão estabilizadas ou diminuindo de tamanho. Essa diferença não decorrem necessariamente de taxas de fertilidade diferentes, mas sobretudo das migrações ? provenientes de outros bairros da capital ou de outras cidades ? que acabam inflando a população das regiões periféricas do Recife. Algumas dessas áreas, como o bairro de Apipucos e seus vizinhos no norte da cidade, estão entre as mais mal classificadas no ranking do IDH-M.
E o que é pior, perderam muitas posições ao longo da última década.





O IDH-M é uma síntese de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda.
Cada uma dessas dimensões é avaliada por um sub-índice específico, e o IDH-M é calculado a partir da
média aritmética desses três sub-índices. A dimensão educação é a única avaliada por dois indicadores:
taxa bruta de freqüência à escola e taxa de alfabetização. A dimensão longevidade é medida pela esperança de vida ao nascer, e a dimensão renda, pela renda domiciliar per capita. O índice varia entre
o mínimo de 0 e o máximo de 1.


Fonte: RECIFE.Prefeitura; PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Recife. 2005.